top of page

A luta que prossegue o homem

  • Foto do escritor: Prosélita | Vida Cristã
    Prosélita | Vida Cristã
  • 10 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

O filme Lutero do diretor Eric Till, estreou em 2003 e, 17 anos depois, arrecadou uma bilheteria mundial de quase 30 milhões de dólares, expandiu o conhecimento sobre a o início da Igreja Protestante e ainda representa discussões atuais

ree

Com a aproximação do dia da reforma protestante, é importante resgatarmos a lembrança da pessoa que desafiou todas as autoridades políticas e religiosas de seu tempo e marcou o final de uma fase histórica: Martinho Lutero.


Com diversas obras feitas para contar e analisar a história de Lutero, o filme de 2003, dirigido por Eric Till, mostra com precisão sua trajetória contra os líderes da Igreja Católica medieval, que governava as sociedades da época, e a pressão e perseguição que o seguiu. Começando a narrar sua vida a partir da tempestade na qual o estudante de direito Martinho Lutero (Joseph Fiennes) acredita ter recebido um chamado de Deus, o filme percorre sua jornada e os eventos de 1516 a 1530: sua entrada para uma ordem de monges agostinianos e sua conversão, sua pregação contra a venda de indulgências, a escrita de suas 95 teses, seu julgamento diante de Roma, excomunhão, a tradução e divulgação da Bíblia para o povo e o desejo de conduzir a Igreja à fé por meio da justiça e seguindo as escrituras. A história nos mostra seu tormento interno em relação a fé e o desejo de santificação, contradições entre o que acredita e as sucessivas decepções e indignação com a corrupção e hipocrisia presentes nas entranhas da Igreja, de forma dramatizada mas que cobre e explica o impacto de suas ideias, que desencadeou a Reforma Protestante, explicando conceitos religiosos importantes em uma luta política de vida ou morte, não apenas de um homem, mas entre um grupo corrupto, repressivo e elitista e um movimento popular revolucionário.

ree

A comparações entre o passado e o presente são inevitáveis. Após séculos, grandes passos foram tomados, porém muitos também em retrocesso para as instituições religiosas como um todo. Sua história se mostra extremamente atual quando em nosso próprio país, as manchetes das ultimas semanas retratam justamente aquilo que Lutero denunciava: o uso da fé do próximo para benefício próprio e manutenção da hierarquia de poder dos beneficiados, muito preocupados com a riqueza material e se distanciando muito da mensagem original de Jesus. O filme e a história de Lutero não têm um ponto final, mas uma eterna reticencias enquanto variações da mesma luta ainda ocorrem em todo o mundo. Mas uma coisa que a trajetória de Lutero deixa clara é que, o percurso até a iluminação não é uma linha linear, mas cheia de curvas dúvidas e obstáculos, e que, quando o mundo e as instituições parecem enfraquecidas, é em Jesus que se deve buscar a verdade e a salvação.


Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. (Efésios 2:8-9)


O longa contem grandes atuações: Joseph Fiennes (Shakespeare Apaixonado, 1998) interpreta Lutero, Peter Ustinov (Spartacus, 1960) interpreta o Príncipe Frederico e Alfred Molina (Homem-Aranha 2, 2004) como John Tetzel. O filme apresenta uma bela fotografia, feita por Robert Fraisse em 100 sets, em 20 locações pela Alemanha, Itália e República Tcheca. As decisões tomadas no roteiro, corte e edição dão ao filme um caráter muito mais educativo do que para entretenimento, mas não o transformam em algo monótono ou entediante e, 17 anos desde o lançamento, sua qualidade ainda se mantêm como promovedor da fé em Jesus Cristo e, do ponto de vista exclusivamente histórico, oferece uma reflexão interessante da época que se passa.

Por: Giovanna Lira.

10/11/2020, 10h.


REFERÊNCIAS


ELCA - Evangelical Lutheran Church in América. 'Luther' To Premiere In Theaters September 26. Disponível em: https://www.elca.org/News-and-Events/4957





Comments


bottom of page